[PT-BR/EN] A grama do vizinho nem sempre é mais verde.
[PT]
Fazer arte no Brasil não é um trabalho nada fácil. Em especial, fazer cinema no Brasil é algo extremamente complexo se você não tiver o apoio das grandes redes de televisão e dos seus respectivos patrocinadores. Mesmo assim, muitos brasileiros ainda subestimam o poder do cinema brasileiro pelo simples fato deles serem filmes brasileiros. Foi criado o estigma de que produções nacionais são sempre inferiores, principalmente se comparadas as produções americanas.
Quem acompanha o cinema brasileiro mais de perto sabe que esse tipo de comparação é algo totalmente fora de uma realidade aceitável. Nós estamos falando de dois países totalmente diferentes, em especial, na parte de tange aos seus aspectos de desenvolvimento (o que implica em economias completamente singulares). Não é aceitável criar o estigma de “vítima” para tentar justificar (ou taxar, para as pessoas mais radicais) o produto brasileiro como algo sempre “ruim”.
Por outro lado, é necessário entender é realmente preciso mudar as políticas que abraçam a cultura aqui no Brasil. De maneira gradual, eu enquanto cinéfilo, percebo boas mudanças acontecendo, mas nada tão impactante a ponto de ter uma influência maior no pensamento dos derrotistas. Muitas pessoas criticam o cinema brasileiro de graça, sem ter ao menos um único argumento válido para embasar seus posicionamentos (não é questão de gosto... apenas ignorância).
Há muito mais produções sendo realizadas ao longo dos últimos anos, com uma maior qualidade técnica e artística, ao redor dos mais intrigantes tipos de estórias. Eu posso destacar facilmente temas como desigualdade social, violência, política, racismo, questões de gênero... Todos eles sendo representados através de filmes interessantes, e com um tipo de abordagem extremamente didática, moderna, e que dialoga muito bem com o público dessa geração mais recente.
Aos olhos do restante do mundo, o cinema brasileiro vem reconquistando cada vez mais o seu espaço, e aos poucos, é digno de mais reconhecimento dos próprios brasileiros (que parecem ser o grande inimigo aqui). A diversidade precisa ser ampliada, isso é um fato, mas é preciso acreditar que ela pode (e vai) acontecer. Então, até lá, o que nós podemos fazer enquanto espectadores é incentivar à nossa cultura, acabando de vez com essa “síndrome do cachorro vira-lata”.
O nosso cinema é tão poderoso quanto qualquer outro em termos de conteúdos e dialética. Nós vivenciamos o nosso cinema no nosso dia-a-dia, porque muitas das nossas produções são baseadas em aspectos realistas, e uma boa parte do restante do mundo também se identifica com isso... Ou seja, o nosso cinema transcende barreiras, e impacta o que e quem está do outro lado. Precisamos reconhecer isso, acreditar nisso, e apoiar o que pode vir a ser uma boa potência.
[EN]
Making art in Brazil is not an easy job. In particular, making movies in Brazil is extremely complex if you don't have the support of the major television networks and their respective sponsors. Even so, many Brazilians still underestimate the power of Brazilian cinema simply because they are Brazilian movies. The stigma was created that national productions are always inferior, especially when compared to American productions.
Anyone who follows Brazilian cinema more closely knows that this type of comparison is something completely outside of an acceptable reality. We are talking about two totally different countries, especially in terms of their development aspects (which implies completely unique economies). It is not acceptable to create the stigma of “victim” to try to justify (or tax, for the more radical people) the Brazilian product as always “bad”.
On the other hand, it is necessary to understand that it is really necessary to change the policies that embrace culture here in Brazil. Gradually, as a cinephile, I notice good changes happening, but nothing so impactful as to have a greater influence on the thinking of defeatists. Many people criticize Brazilian cinema for free, without having even a single valid argument to support their positions (it's not a matter of taste... just ignorance).
There are many more productions being carried out over the last few years, with greater technical and artistic quality, around the most intriguing types of stories. I can easily highlight themes such as social inequality, violence, politics, racism, gender issues... All of them being represented through interesting movies, and with an extremely didactic, modern type of approach, which speaks very well to the public of this latest generation.
In the eyes of the rest of the world, Brazilian cinema is increasingly regaining its space, and little by little, it is worthy of more recognition from Brazilians themselves (who seem to be the great enemy here). Diversity needs to be expanded, that's a fact, but we need to believe that it can (and will) happen. So, until then, what we can do as spectators is to encourage our culture, putting an end to this “stray dog syndrome” once and for all.
Our cinema is as powerful as any other in terms of content and dialectics. We experience our cinema in our daily lives, because many of our productions are based on realistic aspects, and a good part of the rest of the world also identifies with this... In other words, our cinema transcends barriers, and it impacts what and who is on the other side. We need to recognize this, believe in it, and support what could become a good weapon.
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